Donos de estabelecimentos admitem vender para menores de idade

De acordo com a Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 fica proibida a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Mas cada vez mais aumenta o número de jovens que consomem álcool. Em recente pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), com jovens estudantes do ensino médio e fundamental de dez capitais brasileiras, 65% consomem álcool e destes 50% começaram o consumo entre 10 e 12 anos de idade. Esses numeros podem ser justificados devido a facilidade dos jovens em comprar bebidas alcoólicas.
Se engana quem pensa que os atos de embriaguez são exclusivos do século XX, no antigo testamento da Biblia (Gênesis 9.21) foi relatado o que viria a ser o primeiro ato de embriaguez da história da humanidade. Segundo o livro sagrado Noé após o dilúvio plantou vinha e fez vinho, tomando a ponto de se embriagar. Noé gritou, tirou a roupa e desmaiou. Logo depois seu filho o achou "tendo à mostra as suas vergonhas". Mas apenas em 1952 o alcoolismo passou a ser tratado como doença e em 1967 a Organização Mundial de Saúde (OMS) incorporou o conceito de alcoolismo como doença, ampliando seus sintomas e tratamentos.

Atualmente o álcool pode ser considerado uma das drogas mais consumidas no mundo. Geralmente o primeiro “porre” dos jovens que consomem álcool ocorre dentro de casa, na presença da família. “Meu pai sempre me oferecia um copo de cerveja para experimentar, nunca fiquei bêbado em casa, mas peguei gosto pela cervejinha”, comenta Tiago Machado, estudante de 19 anos. Muitos pais acham mais seguro ver seus filhos bebendo em casa, pois conseguem controla-los, ou seja, o primeiro gole é em casa, mas o porre acontece nas ruas, bem longe dos pais. Segundo dados do CEBRID, 48% dos jovens entre 12 e 17 anos consomem bebidas alcoólicas sendo 5,2% já dependentes do álcool.
Muitos jovens consomem álcool em festas e em bares, geralmente para facilitar o convívio com outros jovens e causar a desinibicao. “Quando se vai a uma festa e todos bebem você acaba entrando na onda e quando percebe já esta mais pra lá do que pra cá”, afirma G.G. estudante de 17 anos. Segundo ele os amigos foram os principais influenciadores para começar a beber, ele afirma ainda beber socialmente mas se contradiz ao dizer ser raro passar um fim de semana sem ficar de porre “Sexta, sábado e domingo sempre tem festa ou barzinho, ai é certeza de porre”, conclui G.G. Quando questionado sobre a dificuldade para comprar bebida alcoólica por ser menor de idade a resposta é rápida “nunca me barraram”. De acordo com a Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996 é proibida a venda a menores de 18 anos, mas a lei é ignorada por consumidores e comerciantes. “Dificilmente pedimos identidade, muitos filhos compram bebidas e cigarros a mando dos pais, e os jovens que querem beber se não conseguem comprar pedem para um adulto comprar, driblando facilmente a lei e depois se eu não vendo meu concorrente vende”, afirma o proprietário de uma lanchonete.

Segundo Estatuto da Criança e do Adolescente a pena é uma multa de no máximo R$ 568,40 e de dois a quatro anos prisão para quem vender produtos que causem dependência química a menores. O fato de não ser citado o termo “bebida alcoólica” é o que ajuda os comerciantes a driblar a lei. “Hoje em dia é raro encontrar um estabelecimento que deixe de vender” afirma o proprietário de um bar. Admitindo ainda não vender para crianças “Para crianças não vendemos, mas se é um jovem que aparente ter mais idade vendemos sem pedir a identidade”, conclui. Ainda restam alguns estabelecimentos que respeitam a lei. É o caso de Alfredo Santana funcionário de um restaurante no sudoeste. “Só vendemos com identidade ou na presença de um adulto”, afirma. Para ele o ponto forte dos lucros do restaurante não é com a bebida por isso a rigidez. “Nosso lucro não vem das bebidas, por isso somos rígidos ao vender para jovens”, comenta. Ainda segundo Alfredo, os bares que obtém lucro com a venda de bebidas alcoólicas dificilmente utilizam essa mesma rigides nas vendas “Eles lucram com as bebidas e não vão deixar de vender, a fiscalização é muito fraca nesse ponto”, conclui.
Em pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com jovens de escolas particulares entre 14 e 19 anos das classes A e B de São Paulo, Brasília e Campinas o resultado apontou que 70% consomem um nível de álcool considerado de risco pela OMS. Outro dado relevante apontado pela pesquisa é que dos jovens que possuem vida sexual ativa (70%) apenas 30% fazem uso sistemático da camisinha.
3 comentários:
primeiro: o melhor são as fotos que vc tirou ao longo da vida!!! ahaihaiha
e eu que sou eu com esse "grande tamanho e cara de adulta" não pedem identidade.. acho que desde os 15 anos devem ter pedido umas 4 ou cinco vezes.. ai faz as contas tenho 21 e vou em bar ou compro bebida pelo menos 3 finais de semanas por mês!
=]
Essas fotos me parecem familiares.. kkkkkkkkkkk
Poderia ter me chamado para eu dar o meu testimunho sobre a minha iniciação na vida ébria.
Gostei bastante da matéria. Na próxima abordagem do assunto, comente sobre os riscos a sáude para os jovens que começam, ainda na adolescencia, a se embriagar. Isso pode intimidar algum mancebo a sair dessa vida.
Abs
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